domingo, 29 de março de 2009

Símbolo...


Depois do preconceito, vem a igualdade.
Depois da discriminação, vem a aceitação.
Depois da condenação, vem a liberdade.
Assim como depois da chuva, vem o sol.

Entendeu o porque o símbolo gay é o arco-íris?
Extraído do comercial da camisinha OLLA

...Pensamentos soltos...

Às vezes me sinto incompreendido, sinto sua falta, preciso da tua presença, mesmo sabendo que isto me machuca, fere minha alma imploro por você do meu lado apenas para sentir você, ouvir sua respiração, saber que você mesmo tão intocável está do meu lado.
Não devo me humilhar correndo atrás de uma pessoa que apenas me faz sofrer, mesmo sabendo que você não me faz sofrer por querer, porém meu coração é bobo, meus sentimentos por você superam qualquer sofrimento. Gostaria de ter você ao meu lado, mas isto não é possível. Mereço ser feliz, preciso ser feliz e eu VOU SER FELIZ!
Obrigado pelos momentos legais que passamos juntos... Mas agora devo seguir meu caminho...

domingo, 22 de março de 2009

Solitário...

Olho para as estrelas tentando achar o brilho que falta em minha vida. Não sei mais se sou feliz, não sei por onde caminho e onde irei chegar. A carência, a vontade de ter você afagando meus cabelos, desejando meu corpo, consome e assola minha alma. Tento me libertar destes pensamentos, tento me livrar e me tornar de certa forma mais auto suficiente, menos dependente. Sei que posso ser feliz, sei que posso conseguir caminhar sem você do meu lado, só ainda não aprendi como fazer isto. Um dia eu irei aprender a dominar meus sentimentos, irei aprender que não devo entregar meu coração tão facilmente e também não devo me cegar por pessoas que jamais foram merecedoras do meu sentimento mais puro. Sou um garoto que está disposto a crescer e aprender a amar e ser feliz. Vou caminhando pela estrada da minha vida sem rumo, sem uma direção definida, quem sabe meu caminho se entrelace com o seu ou talvez nos afastemos de vez... Sei que ainda te amo, sei que ainda você mexe com meus pensamentos, porém aprendi que devo te esquecer para o meu e para o nosso bem.

Seja feliz, por que eu estou buscando a minha felicidade!

"Pequenos não são nossos sonhos e sim as pessoas que não são capazes de torná-los reais..."

Homossexualidade verdade e mitos...

Olhe para mim, mas olhe no fundo dos meus olhos. Tenta desvendar minha alma, meus sentimentos, tenta me entender por um instante. Difícil? Vou te ajudar. Eu sou como qualquer outro ser humano. Apenas amo “diferente”. Tente me compreender antes de me criticar. Na minha vida posso escolher quase tudo, porém uma das coisas que não depende da minha escolha é a orientação sexual. Sou gay com orgulho, não tenho vergonha de dizer isto a todos. Quero que vejam que não sou um doente, tenho uma vida absolutamente normal, o único problema é o seu PRECONCEITO. Peço que por alguns instantes me acompanhe, reflita comigo e deixe aqui o seu pesado casaco da falsa moralidade.

            Cresci vendo homens beijando mulheres e tendo em casa isto como modelo, como o “certo”, porém chegou um ponto na minha vida que eu vi que meu interesse não era por meninas, e sim por meninos. Achei que fosse fase, que isto passaria em 1 ou 2 anos, estava completamente errado. Tentei namorar meninas, beijar meninas, ser o filho que todo pai e mãe gostariam de ter, porém nunca fui feliz com isto. Gostava mesmo era de reparar nos homens, mas não podia deixar ninguém perceber isto, minha vida iria se ruir se alguém descobrisse que era um “doente”.

O tempo passou e eu ainda achava tudo “errado”, mas tive a oportunidade de ficar com um garoto. Neste momento, eu senti o ápice da minha felicidade. Sinceramente nunca tinha me sentido tão bem ao lado de uma pessoa. Novamente o medo voltou. Tentei me relacionar com meninas, mas a experiência foi horrível. Eu estava enganando a elas e a mim mesmo. Procurei entender o que estava se passando. Neste momento tive um grande amigo que me esclareceu diversas coisas e abriu meus olhos de que ser gay não é errado, não é doença, e sim apenas uma forma diferente de amar.

            Neste momento comecei a me aceitar, a me valorizar e a me envolver com pessoas do mesmo sexo. Encontrei a felicidade, encontrei o que eu era de verdade. Em momento nenhum eu escolhi ser assim, nasci dessa forma e pronto. O porquê das pessoas serem homossexuais muito se discute, porém, para mim, não faz diferença alguma.

            Nesta caminhada já enfrentei pessoas preconceituosas, e também já fui um preconceituoso. Não aceitava ser gay, lutava contra isto em mim, e de certa forma descontava em todos a minha volta. Hoje não tenho mais estes preconceitos retrógrados, aceito a mim e a todos os outros homossexuais cada um com sua particularidade, seu jeito de ser e de agir na sociedade.

            Durante todo o período que freqüentei o ensino fundamental, momento crucial para qualquer jovem em desenvolvimento, jamais, em nenhuma aula, foi tocado no assunto homossexualidade. Talvez se o assunto referido tivesse sido debatido, comentado e explicado eu não tivesse sofrido tanto no início da descoberta da minha orientação sexual. O mundo está mudando e os professores têm que se qualificarem para trabalhar com as mais diversas diferenças, seja na orientação sexual, nas deficiências físicas ou em qualquer que seja a diferença.

            Em casa minha mãe até pouco tempo não sabia o que era ser GAY, não entedia muito bem esta palavra, sabia que era homens que ficavam com outros homens, conhecidos vulgarmente e preconceituosamente como “viadinho”. Tive seu apoio total quando revelei para ela. Meu pai é um cara que não sabe bem o que achar de tudo isto, mas sei que ele me ama e irá apoiar. Mas nem todas as famílias são assim, quando descobrem que o filho é homossexual tenta curá-lo, acham que isto é reversível. Estas famílias deveriam procurar ajuda de um profissional para lidar com estas situações, antes de sair criticando o que nem conhecem. Acima de tudo os pais deveriam formar seus filhos para aceitarem as diferenças, aceitar pessoas com Síndrome de Down, aceitar deficientes, aceitar os negros, os gays. Isto raramente é feito.

            Nós temos medo da sociedade, porém não somos nós que a fazemos?  Então, não viva para os outros, para satisfazer o desejo de outros, viva para você, conquiste sua felicidade.  Neste momento você poderá conviver bem com todos, se colocar em primeiro lugar em algumas situações não se chama egoísmo, e sim AMOR PRÓPRIO, devemos nos amar em primeiro lugar para podermos amar os outros.

            Agora se você ainda quer se vestir com o seu pesado casaco da falsa moralidade e continuar criticando os homossexuais, siga em frente, não sou ninguém para lhe proibir. Mas saiba que o mundo precisa de amor e paz, amor é o que sentimos e paz é o que fazemos.

sábado, 21 de março de 2009

Caminhos trocados...


Passeando pelo tempo,
caminhando pelas horas passadas,
olhando para trás...
Vejo um mundo diferente...
Observo belezas,
descubro coisas hoje esquecidas.

O clássico virou brega...
O "chique" é ser igual...
O coração cedeu seu lugar
aos poderes materiais e físicos...
Já não existe sentimento.
O amor já perdeu sua força.
A velocidade tomou conta!

Ninguém percebe que estamos morrendo
cada dia um pouco mais...
Isto é natural,
é absolutamente cabal.
Porém não estamos somente nos matando
estamos levando pra cova
nosso mundo,
nossas futuras gerações.

Crescer é necessário,
mas crescer com consciência...
Crescer no sentindo de evolução
não neste sentindo banal de regressão
que vivemos hoje!

Ser gay... é uma escolha?!

Esta pergunta ainda sem uma resposta comprovada cientificamente, está clara é somente perguntar a diversos homossexuais, ninguém escolhe ser gay... nascemos assim e pronto! Chega a ser ridículo pensar que alguém iria escolher ser gay no mundo que vivemos hoje, um mundo de preconceito, onde nós homossexuais somos criticados e agredidos por onde passamos. Nós homossexuais estamos ganhando espaço, estamos mostrando a nossa verdadeira realidade, quebrando preconceitos e estereótipos vazios. Porém a sociedade é hipócrita, se esconde atrás de falsos moralismos, se esconde atrás de livros sagrados, para criticar e fortalecer o preconceito. Ser homossexual não é ser uma aberração e sim ser uma pessoa que apenas ama diferente. Mas é um amor puro e igual a todos os outros. Quando todos aprenderem a conviver com as diferenças, aprenderem que o errado não estar em ser diferente mas sim em não saber conviver com elas, o mundo não terá mais violência. Somos todos feitos da mesma matéria, mas nossas atitudes e nosso jeito de ser é e sempre será diferente! Cresça "amigos" que odeiam os homossexuais, por que você nos odiando e tentando nos prejudicar só estará demonstrando sua total incapacidade de aprender, enquanto você fica aí estático, nos homossexuais estamos crescendo, aparecendo e sendo muito mais bem visto!

Juntos somos mais,

Juntos somos mais fortes,

E juntos acabaremos com o preconceito!!!

sexta-feira, 20 de março de 2009

Sentimentos...

Cada dia da minha existência, procuro me tornar uma pessoa melhor, crescer e amadurecer sempre. Sou como qualquer outra pessoa amo e desejo ser amado, respeito e desejo ser respeitado. Não sou um completo insensível sou apenas um cara que sei quando devo agir com dureza e ser áspero. Não gosto de fazer as pessoas chorarem por mim, mas quando é necessário sei bem como agir. Um completo alucinado, vivendo uma vida maluca que de certo só minha morte em um ponto dela. Luto sempre por um mundo igualitário, um mundo de liberdade, tenho certeza que sou odiado por muitos, porém também sei que sou amado por outros tantos. Não tenho medo dos meus inimigos, não tenho medo de obstáculos em meu caminho, enfrento todos de cabeça em pé com sorriso aberto. Este vulcão de ideias, este cara que se mistura entre o certo e o errado, que se confunde com seus sentimentos é apenas mais um em um planeta chamado TERRA.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Entenda esta forma de amar e viver a sexualidade!




HOMOSSEXUALIDADE

Entenda esta forma de amar e viver a sexualidade!

Esta entrevista foi realizada pela equipe do jornal À OUTRANCE, da qual sou repórter e editor, com apoio da psicóloga Alessandra Moraes. O entrevistado foi o escritor Moa Sipriano, que é homossexual assumido, tem 40 anos. Como escritor, produz exlusivamente literatura adulta de qualidade sobre a temática gay. Seus artigos realistas e contos homoeróticos remetem à reflexão e promovem momentos excitantes de agradável leitura. Em seu site oficial -www.moasipriano.com - você poderá baixar dezenas de livros gratuitamente. Confira na integra a entrevista realizada:


1. Para você a partir de qual idade a pessoa se define homossexual?

Moa Sipriano - A idade física pouco importa. O que conta é a idade do amadurecimento, da descoberta de si mesmo por si mesmo. Isso varia imensamente de pessoa para pessoa. Conheço garotos (eu fui um deles) que aos 14 anos já tinham a percepção de que sentiam atração física e emocional por garotos, como também já acompanhei casos de homens que só assumiram para si próprios a sua homossexualidade aos cinquenta e tantos anos!

2. Na sua opinião como Deus vê a homossexualidade?

Moa Sipriano: Deus não está nem aí se você é Homo, Bi, Tri, Quadsexual... Quem incute o preconceito no homem é o próprio homem, desde os tempos mais remotos. Ser "diferente" sempre causou espanto em qualquer ciclo social da humanidade. O problema todo é que grupos de pessoas que se julgavam "esclarecidas" sempre determinaram como deveriam agir e pensar o resto da população.

É a velha história do "faça o que eu mando, mas não faça o que eu faço". Traduzindo: hipocrisia pura e simples. Isso tanto no meio religioso, quanto no político. O uso do nome de Deus sempre foi e sempre será em vão, pelo simples fato de que é mais fácil se esconder por trás do falso moralismo para atacar e condenar quem apenas optou por viver um amor que - graças a Deus - hoje tem orgulho de ousar dizer o seu nome.

Afinal, a melhor definição de Deus é: Deus é Amor! Sendo assim, se Ele é Amor, se Ele é Perfeito, Ele nos acolhe e nos aceita exatamente do jeito que somos. Se Deus tivesse preconceito, não seria perfeito, não seria "deus".

O fato de alguém ser homossexual não o difere em nada em relação ao seu semelhante. Amar um homem, respeitá-lo, conviver com ele, dormir ao seu lado, viver todos os momentos da vida junto de quem nos faz bem... esse é o roteiro natural a que todos nós estamos submetidos. Em nada difere o amor homossexual do amor heterossexual. O sentimento é o mesmo. As atitudes são as mesmas. Os sofrimentos e as alegrias do convívio, da intimidade, da vivência são os mesmos.

Deus quer que a gente se ame. Simples assim!

3. Existe diferença no modo da sociedade encarar a homossexualidade feminina?

Moa Sipriano: Na verdade, perante a sociedade, hoje pouco importa que apito você toca. O que ainda choca, tanto héteros quanto homos mais "comportados" é justamente o exibicionismo sem razão de ser. Gostar do mesmo sexo não implica em você andar pelas ruas feito "mulherzinha" (gay) ou segurando os bagos inexistentes e falando grosso (lésbica).

Não é necessário tentar se defender do mundo chocando o mundo com atitudes irracionais. Isso também vale para héteros, pois chega a ser desagradável ver meninas que "ficam" a torto e a direito com qualquer garoto que lhes dê bola (inclusive indo para cama com qualquer um), quanto garotos que se acham o máximo "pegando" qualquer "mina" para provar aos amigos que são machões.

Enfim, viver plenamente a beleza da sexualidade nada tem a ver com promiscuidade banal, exibicionismo sensacionalista, vazio interior.

4. Qual a sua opinião do beijo gay em público?

Moa Sipriano: Manifestações de carinho são válidas independente da opção sexual de cada um. Se você chega e beija um "selinho" no seu namorado numa praça de alimentação de um shopping, por exemplo, pode ter certeza que não vai chamar a mínima atenção de ninguém. Agora, ficar expondo uma verdadeira batalha de espadas melequentas boca-a-boca, juntando a isso um emaranhado de agarra-agarra na frente de quem quer que seja... que feio!

A questão toda é a seguinte: a sociedade, hoje, não tá nem aí se o vizinho ao seu lado é gay ou não. Há uma tolerância e até mesmo uma aceitação bem maior aos casais gays de um modo geral.

O que causa desconforto, novamente, é o exibicionismo sem razão de ser. Vai me dizer que você não se sente incomodado quando vê um casal qualquer se devorando num lugar público? É muito chato, concorda?

Aprenda que quando se age naturalmente, ninguém repara nas tuas atitudes.

5. Se assumir é uma escolha, você vê necessidade que ela seja feita assim que se tem certeza de ser homossexual?

Moa Sipriano: A pior fase para muitos gays é assumir-se para si mesmo. Todo gay acha que assumir é "soltar a franga" perante a família e os amigos. Absolutamente nada a ver! Você não vai deixar de ser homem pelo simples fato de gostar de homem.

Como eu disse antes, o amor e os sentimentos são absolutamente os mesmos. O problema todo é que o gay "enrustido" perde tanta energia e tempo em ficar disfarçando o óbvio que acaba sofrendo sem necessidade. E isso muitas vezes por anos e anos e anos!

A partir do instante que você amadurece e sabe que a sua intimidade só vai ser completa ao lado de uma pessoa do mesmo sexo, e você encara isso com naturalidade (aprendam todos os enrustidos: ser gay é algo natural e não uma aberração!), tudo passa a fluir com muita facilidade.

E com o tempo - e no tempo certo! - você acaba se abrindo com as pessoas as quais você mais confia e ama, apenas confirmando um fato!

E se essas pessoas realmente gostam de você (família, amigos), devem te aceitar numa boa, pois você não deixa de ser o que é como pessoa pelo fato de viver plenamente aquilo que te faz feliz.

Agora, é claro que muitas vezes certas pessoas se afastam de nós ou passam a nos ignorar ao "descobrir" que somos gays.

Nesse caso, o diálogo direto e franco é sempre a melhor saída. Mas se o outro lado não quer mais contato, não quer conversar, apenas siga o seu caminho e deixe a porta aberta para a entrada de pessoas com a mesma afinidade que a tua. Esse é o ciclo natural da vida.

Quem quiser ficar e seguir em frente ao nosso lado, ótimo. Quem não quiser... que cada um procure a melhor companhia para a evolução da sua própria existência.

6. Deve-se contar para a família da sua orientação sexual?

Moa Sipriano: Sim, sempre que possível. Mas devemos esperar a hora certa e também nos abrirmos com a pessoa certa. O que ocorre é que ficamos eternamente no jogo tchongo de "esconde-esconde" e evitamos a todo custo dialogar abertamente com nossos entes queridos.

O mais irônico é que muitas vezes nosso pai ou nossa mãe já sabe que somos gays, mas não sabem como proceder, como chegar em nós, geralmente apenas por não saber lidar como o "novo" e temer assustar o filho através de alguma atitude incorreta.

7. Qual a melhor idade para se assumir para família?

Moa Sipriano: Não há uma idade padronizada. O que conta é o seu nível de envolvimento e estrutura familiar. Se você é um filho que tem total liberdade junto aos pais, onde todos mantém o maravilhoso hábito do diálogo franco e sem barreiras, tudo acontece de maneira espontânea até mesmo sem você perceber. Mas é claro que isso é algo raríssimo entre as famílias de qualquer lugar do mundo.

Se você sabe que o seu pai, por exemplo, é um homem ignorante ao ponto de expulsar um filho de casa por causa da "boiolice" dele, então o mais sensato é esperar e buscar com o tempo a sua própria independência, tanto de idade quanto de estrutura material e financeira.

Sei que é algo difícil e até mesmo chocante para muitos, mas se afastar da família e criar vida própria até o momento ideal de se por as cartas na mesa... muitas vezes é a única e a mais louvável atitude a ser tomada.

8. Como deve ser feito?

Moa Sipriano: Deveríamos escolher alguém em quem confiamos. A mãe, uma tia, uma prima (as mulheres são muito mais sensíveis e receptivas no trato desses assuntos com um parente gay). É natural também que na maioria das vezes depositemos nossa confiança em um (a) amigo (a) mais velho (a) e experiente.

O grande segredo do sucesso de qualquer empreitada que envolva pessoas é um só: DIÁLOGO. Direto, mais do que sincero, olho-no-olho, aberto, sem rodeios.

Ok. Pode ser difícil, mas é imprescindível.

Se resolvemos nos abrir com nossa mãe, por exemplo, devemos escolher um momento propício, à sós, sem nenhum tipo de interrupção. E nada de fazer o gênero "vítima" ou se sentir o pior ser humano da face da terra. Nunca!

Você não está revelando uma doença terminal. Você está se abrindo com a pessoa que te deu a vida!

Se tua mãe te ama, ela vai te aceitar, até mesmo não compreendendo com clareza como funciona "homem com homem". O que nossas mães e nossos pais mais temem é ter um filho "afetado", efeminado, que seja motivo de chacota no seio da família.

Por favor, não se deve confundir afetação com sensibilidade. Há casos de homens que são verdadeiras flores no trato, e são homens maravilhosos onde nada há o que depor contra os mesmos.

9. Quando homossexuais entram no mercado de trabalho muitos procuram esconder sua verdadeira orientação sexual com medo de serem demitidos. Na sua opinião este risco é verdadeiro e como lidar com ele?

Moa Sipriano: É uma realidade besta constatar que ainda muitos patrões e empresários julguem a eficiência de seus funcionários através do que os mesmos são (e fazem, e agem) na intimidade.

Apesar do fato concreto de que ser gay ou alienígena em nada afeta nossas aptidões profissionais, acho um desperdício de tempo ficar se escondendo e criando artimanhas fajutas para camuflar o que é mais do que óbvio.

Você deve ser e agir como você mesmo, sempre. Independente de onde estiver, claro que respeitando as normas que regem uma empresa. Lá dentro é o teu trabalho e os resultados oferecidos por você é que são importantes. Fora da empresa, o que você faz da tua vida é algo de tua inteira responsabilidade.

O que jamais o gay deve se submeter é ser humilhado ou coagido por chefes ou colegas de trabalho que tentam prejudicá-lo, julgando-o moralmente por ser "diferente". Dignidade e respeito estão acima de tudo e todo caso de homofobia deve ser levado às autoridades competentes. Ficar calado é ser condescendente com o sofrimento desnecessário.

10. Para você existe a bissexualidade?

Moa Sipriano: Tenho uma resposta dupla para essa pergunta. Ser bissexual também é algo inerente ao ser humano. Afinal, pra mim, pouco importa com quem você tem prazer, desde que ambos sintam prazer em estar e fazer as coisas íntimas juntos.

O que eu não aceito é a guerra, a dualidade que um bissexual enfrenta para viver em plenitude suas experiências sexuais com parceiros diferentes. Explicando melhor, penso da seguinte forma: se você é livre e sente prazer em praticar sexo com homem ou com mulher ou com todo mundo ao mesmo tempo agora... ok, tudo bem, desde que o (a) parceiro (a) do momento saiba da tua opção e te respeite por isso.

Mas a partir do momento em que você se envolve amorosamente com uma pessoa, e assume compromissos de relacionamento estável com ela, como fica o quesito: sexo x traição? Como viver com um parceiro fixo, desejando de tempos em tempos "variar" com outra pessoa do sexo oposto? Como administrar essa dualidade, esse desejo? Ou vale o "hoje eu namoro com homem", "se não der certo, amanhã eu fico com mulher!"?

Deve ser muito difícil viver com equilíbrio a plena bissexualidade assumida. Ou se vive eternamente à procura do sexo ideal, ou se vive eternamente frustrado, pulando de galho em galho na intimidade alheia, tentando encontrar a harmonia de um amor concreto.

11. A escola atual está preparada para lidar com a homossexualidade?

Moa Sipriano: Quem faz o ambiente é você. É claro que seria ideal se professores e coordenadores de ensino fossem preparados para lidar com essa realidade. O que mais me entristece é saber que há centenas de professores gays que hostilizam seus próprios alunos gays, não tentando apoiá-los e orientá-los com medo de serem julgados pelos outros professores e colegas de trabalho, onde a amizade de aluno-professor flerta perigosamente com relacionamentos muitas vezes complicadíssimos, pouco compreendidos por pessoas não preparadas.

12. Como os professores devem lidar com a homossexualidade?

Moa Sipriano: Ser desprovidos de pré-conceitos já é meio caminho. Os educadores devem tratar seus alunos com a mesma igualdade de direitos e deveres. Não é porque um aluno é "diferente" que deva ser tratado como um doente ou como uma aberração qualquer. Novamente caímos no solucionador universal de problemas: o diálogo. Dentro e fora da sala de aula.

Ao notar que um de seus alunos é motivo de piadas ou de agressões físicas e morais por parte de outros alunos, o professor deve buscar maneiras de interagir com o problema contando com a participação de todos: outros professores, diretores, coordenadores e demais funcionários da escola.

Deve promover debates e verdadeiros bate-papos entre os alunos, discutindo abertamente a questão da homossexualidade, tentando mostrar a todos a verdadeira beleza da diversidade como algo comum e corrente.

13. Como os homossexuais devem lidar com o preconceito existente nas escolas, empresas e na sociedade?

Moa Sipriano: Resposta simples na teoria (mas que leva tempo para ser assimilada): se dar o respeito em primeiro lugar; em seguida respeitar o semelhante com sabedoria. Viver tua vida numa boa, sem necessidade de agressões fortuitas do tipo: "Já que sou vead.... vou mais é escrachar mesmo!". Atitudes desse tipo não fazem bem nem a você, nem a mim, nem a ninguém. Devemos cumprir com nossas obrigações rotineiras perante nossas famílias, amigos, trabalho, etc mas sem jamais permitir que outras pessoas nos tirem o direito de viver nossas vidas como desejamos.

Amar e ser amado é o sonho de todos, independente de quem escolhemos para viver nossa intimidade.

Deus não tem nada a ver com a tua vida, muito menos o vizinho do lado esquerdo da rua. O que Deus quer, o que eu quero, o que tua mãe quer é que você seja feliz, independente do caminho escolhido, que deve ser trilhado sempre de cabeça erguida, com atos e decisões sinceras e honestas. No mais... apenas seja feliz... e faça alguém feliz ao teu lado!

14. Como você explicaria a dificuldade dos meninos terem amizades com meninos homossexuais. E vice-versa.

Moa Sipriano: Se você está bem consigo mesmo, você atrai pessoas com a mesma afinidade, independente de sua opção sexual.

Se você é um cara legal, que joga super bem no time principal do teu colégio, o fato de você ser gay em nada influencia teus resultados nos jogos, certo? Então, nesse exemplo, teus colegas de estudo e de educação física ou mesmo de baladas devem aprender a te aceitar como a pessoa fantástica que você é.

Um julgamento tonto que muitos meninos fazem é que "todo gay dá encima de todo homem". Pura besteira. Da mesma maneira que todo mundo, o gay também tem seu tipo ideal de homem e se sente atraído por esse tipo escolhido e não por "qualquer homem", exatamente como o garoto que tem o seu tipo ideal de garota. Simples assim!

E para os meninos que acham que vão "virar gay" pelo simples fato de conviver com um amigo homossexual... santa bobagem... você não se garante?

Lembre-se que ter amigos gays acaba sendo um aprendizado e tanto para você, pois os gays têm o dom da dupla sensibilidade: sabem o que é ser homem e o que é sentir-se mulher no que se refere à sensibilidade delas.

E um gay assumido (pra si mesmo) costuma ser um parceiro e tanto para toda e qualquer atividade, já que geralmente são aqueles que "consomem" muito mais cultura, são antenados com tudo o que acontece no mundo, tem sempre um excelente papo e, claro, um humor ferino, sarcástico e divertido como poucos.

Ter amigos gays é algo maravilhoso, sem dúvida. Pois é gratificante e belo poder viver num mundo repleto de diferenças e ao mesmo tempo de igualdades. Tudo isso só acrescenta coisas boas no decorrer da nossa existência.

15. Deixe um recado para as pessoas que ainda são homofóbicas.

Moa Sipriano: O que você ganha em julgar e maltratar quem é diferente de você? E afinal, você gostaria que todo mundo fosse igual a você? Que "xatice" seria o planeta, não é mesmo? Então... aprenda a conviver com a totalidade do mundo. E deixe esses "mundos diferentes" iluminarem a passagem da tua vida, trazendo com certeza muito mais alegria, muito mais amizade, muito mais beleza para uma vida que poderia ser apenas... medíocre. Pense nisso!

Minha primeira postagem...

Sou um jovem garoto de 18 anos, tenho uma mente aberta e gosto de aprender cada dia mais. Com intuito de transmitir o pouco que sei e com certeza aprender muito estou criando este blog, uma idéia que já tenho a um bom tempo, porém nunca tive disposição para coloca-lá em prática. Esta iniciativa foi motiva por um grande amigo Moa Sipriano, um escritor fantastico que possue um estilo único de escrever.
Espero conseguir trazer belos textos e surpreender todos meus leitores...